Estudo revela estratégias para reduzir efeitos da pandemia
Alimentação, exercício físico, descanso e partilha de emoções contribuem para melhorar a saúde mental dos enfermeiros e diminuir os índices de stress, ansiedade e depressão provocados pela pandemia. Estas são algumas das conclusões reveladas pelo docente da UFP, Prof. Doutor Francisco Sampaio, na sequência da investigação em curso, que está a desenvolver com a colaboração do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (Cintesis) e que pretende acompanhar os efeitos da pandemia na saúde mental dos enfermeiros. Assim, são agora divulgados novos dados, depois de terem sido revelados, em meados de abril, os resultados preliminares da investigação, que davam conta de um aumento crescente da ansiedade entre os enfermeiros e do medo de infetarem a família. A investigação centrou-se, entretanto, nas estratégias protetoras que estes profissionais de saúde têm procurado para ajudar a atenuar os efeitos provocados pela pandemia do COVID-19. Em linha com estudos pré-pandemia, conclui que estratégias como uma alimentação saudável, a prática de exercício físico e o descanso entre turnos contribuem para níveis de stress, ansiedade e sintomas depressivos menos expressivos em enfermeiros que as seguem. Conclusão semelhante e igualmente significativa é identificada para as variáveis “contacto social” e “verbalização de sentimentos”. Ainda que à distância, manter frequentes contactos sociais e partilhar sentimentos e emoções são considerados contributos para diminuir os níveis de sintomas depressivos desta classe profissional. De acordo com o Prof. Doutor Francisco Sampaio, nesta fase da investigação foi ainda possível concluir que “os enfermeiros que gastam menos tempo à procura de informação sobre a COVID-19 são os que dizem estar menos stressados, menos ansiosos e menos deprimidos”, em oposição aos cerca de 38% de enfermeiros que admitem procurar informação durante mais de duas horas por dia, associando-se tal comportamento a níveis mais elevados de stress. Novas conclusões são esperadas para breve, pois o estudo prossegue e promete acompanhar os impactos das próximas fases da pandemia de Covid-19 na saúde mental dos enfermeiros.    

PARTILHAR